27/06/2009 19:18

Magia..

 

Magia

Magia (não confundir com mágica ou truque), antigamente chamada de “Grande ciência”, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o dominio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam a entrar em contato com os aspectos superiores do Universo e da divindade.

A etimologia da palavra Magia, provém da Lingua Persa, magus ou magi, significando tanto imagem quanto “um homem sábio”. Também pode significar algo que exerce fascínio, como por exemplo quando se fala da “magia do cinema”.

Origem e história

Há registros de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações. Supõe-se que o caçador primitivo, entre outras motivações, desenhava sua presa na parede da caverna antevendo o sucesso da caça. Adquiriu o ritual de enterrar os mortos. Nomeou as forças da natureza que (provisoriamente) desconhecia, dando origem à primeira tentativa de compreensão da realidade, o que chamamos de mito.

Segundo o Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três Magos os primeiros a dar as boas vindas ao Messias recém-nascido. No Velho Testamento, há a disputa mágica entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos Vedas, no Bhagavata-Gita, no Alcorão, nos diversos textos sagrados existem relatos similares.

Praticamente todas as religiões preservaram suas atividades mágicas ritualísticas, que se confundem com a própria prática religiosa - a celebração da Comunhão pelos católicos, a incorporação de entidades pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano voltado para Meca ou ainda o sigilo (símbolo) do Orixá riscado no chão pelo umbandista.

Os antigos acreditavam no poder dos homens e que através de magia eles poderiam comandar os deuses. Assim, os deuses são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza.

Durante o período da Inquisição, os magos foram perseguidos, julgados e queimados vivos pela Igreja Católica, pois esta acreditava que a magia estava relacionada com o diabo e suas manifestações.

A magia, segundo seus adeptos, é muitas vezes descrita como uma ciência que estuda todos os aspectos latentes do ser humano e das manifestações da natureza. Trata-se assim de uma forma de encarar a vida sob um aspecto mais elevado e espiritual. Os magos, através de diversas atividades místicas e de autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a elevação de potencialidades do ser-humano.

A magia seria também a ciência de simpatia e similaridade mútua, como a ciência da comunicação direta com as potências supernaturais, um conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza, intimamente relacionada as disciplinas ditas ocultas, como o hermetismo do antigo Egito, como a Alquimia, a Gnose, a Astrologia. Para Aleister Crowley, “a arte e a ciência de causar Mudanças com o Desejo”.

No final do século XIX ela teve um renascimento, principalmente após a publicação do livro “A Doutrina Secreta” de Helena Petrovna Blavatsky e pela atuação da Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (”Hermetic Order of the Golden Dawn”), na Inglaterra, que reviveu a magia ritualística e cerimonial.

Prática da magia

A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, pelo xamã, pelo sacerdote, etc) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do séc XX, afirmava que tais exercícios tem como objetivo equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o praticante pudesse se envolver com energias mais sutis, como a evocação e a invocação de entidades, espíritos e elementais (seres da Natureza), dentro de seu círculo mágico de proteção. Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares .

 

 

 

Magia branca e magia negra

Muito se fala em “magia branca” ou “magia negra”, mas devemos começar avisando que estas são denominações utilzadas por aqueles que são totalmente leigos no assunto. A Magia é uma só, não tendo cor alguma, não sendo “boa” ou “má”. O que importa é o uso que se faz dela.

Por exemplo: uma faca pode ser utilizada para cortar um pão e servir de alimento, assim como pode ser utilizada para ferir alguém. Em ambos os casos, a culpa foi da faca? Não, ela serviu apenas como instrumento para que determinada ação fosse realizada.

Assim é com a Magia. Uma bruxa deve saber trabalhá-la em sua totalidade. Para saber abençoar, você deve saber amaldiçoar, e vice-versa. Ou seja: para fazer o bem, você deve saber fazer o mal e por aí vai. Isso não significa que você deva causar mal a alguém, de maneira alguma, mas aprender que não existem tais dualidades; não existe o “bem” e o “mal”. Não dá para praticar “magia do bem”, assim como não dá para praticar “magia do mal”. Se ouvir alguém dizer a você que é uma “bruxa do bem” ou “do mal”, fuja correndo! Com certeza trata-se de mais um charlatão desses que vemos por aí aos montes!

A primeira coisa que aprendemos quando estamos lidando com Magia no Paganismo é o reflexo da Natureza. A Natureza não é boa nem má, ela apenas é. O mar que sustenta peixes é o mesmo mar que mata as pessoas afogadas, causa maremotos ou afunda embarcações. Isso quer dizer que o mar “é mau”? Claro que não. As coisas simplesmente são. Da mesma forma, não existem pessoas cem por cento boas nem pessoas cem por cento más. E é assim que a eterna rivalidade de bem X mal cai por Terra. Tudo é muito complexo para caber em apenas duas classificações tão simples. Para quem deseja trabalhar com a Magia, é fundamental conhecer determinados conceitos relacionados à nossa Arte.

Há um tempo vi em uma livraria um livro chamado “Wicca, a Arte da Magia Verde”, ou algo assim, e fiquei me perguntando o que pode se passar na cabeça de uma pessoa para colocar este título em um livro. Porque, na verdade, qualquer pessoa que esteja de comprometimento sério com a Bruxaria sabe que não tem absolutamente nenhum sentido dar cores às nossas práticas.

Imagino que a intenção da autora seja dizer que “magia verde” seja a magia da Natureza, mas não tem nenhum sentido. Também já ouvi termos como “magia vermelha” para definir “magia de amor”, e isso não existe. Não existe “magia de amor”, mas magia utilizada com objetivos amorosos, no máximo.

Dessa forma, não existe magia branca, magia negra, magia vermelha, verde ou qualquer especificação que seja. A Magia é uma só, sempre foi e sempre será, assim como eu sou, você é, a Natureza é. Usar um termo como “magia negra” para denominar algo que se considera ruim é, além de tudo, racismo dos brabos! Vamos parar de perpetuar essa crença preconceituosa e sem sentido.

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